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É possível remover e reaplicar TBC danificado sem afetar o material base?

Índice
TBC Removal Processes and Damage Control
1. Chemical Stripping
2. Mechanical Stripping
Critical Post-Strip Inspection and Assessment
Reapplication and Quality Assurance
Engineering Considerations and Limitations

Do ponto de vista de engenharia de manutenção, reparo e revisão (MRO), a remoção e reaplicação de Revestimentos de Barreira Térmica (TBCs) é uma prática estabelecida e essencial para a extensão econômica da vida útil de componentes de turbinas de alto valor. Quando realizada com processos controlados e validados, isso pode ser feito sem prejudicar o substrato de superliga, restaurando o componente a condições semelhantes às de novo ou aptas para serviço.

Processos de Remoção de TBC e Controle de Danos

O sucesso da remoção depende da escolha de um método que remova agressivamente as camadas cerâmica e de ligação sem atacar ou alterar a microestrutura do substrato.

1. Remoção Química

  • Processo: Os componentes são imersos em banhos químicos aquecidos e agitados (por exemplo, soluções alcalinas quentes ou ácidos específicos). Essas soluções são formuladas para dissolver o sistema TBC enquanto têm efeito insignificante sobre superligas à base de níquel ou cobalto.

  • Controle de Danos: O processo é altamente controlado. A química, temperatura e tempo de imersão são rigorosamente regulados para evitar ataque intergranular, pitting ou fragilização por hidrogênio do material base. Inspeções pós-strip, incluindo inspeção por penetrante fluorescente (FPI), são obrigatórias para verificar a integridade do substrato.

2. Remoção Mecânica

  • Processo: Técnicas incluem grit blasting com mídia macia (como cascas de noz trituradas ou esferas plásticas) ou jateamento com água de alta pressão.

  • Controle de Danos: Evitar mídias duras (como alumina) é crítico, pois podem deformar plasticamente a superfície, induzir tensões residuais ou criar micro-entalhes que se tornam futuros pontos de iniciação de trincas. O objetivo é abrasar o revestimento sem martelar ou cortar o substrato.

Inspeção e Avaliação Pós-Remoção Críticas

Após a remoção do revestimento, a peça não está automaticamente pronta para nova aplicação. Ela passa por inspeção rigorosa para determinar se o substrato ainda é viável.

  1. Inspeção Dimensional: Medir a peça para garantir que ainda está conforme os desenhos de engenharia e que o processo de remoção não causou perda dimensional significativa.

  2. Inspeção da Superfície e Subsuperfície:

    • Visual e FPI: Detectar quaisquer trincas, pitting ou corrosão que estavam ocultos pelo revestimento.

    • Análise Metalográfica: Seções transversais podem ser retiradas de áreas de teste ou sacrificiais para verificar danos microestruturais subsuperficiais, como recristalização ou crescimento de grão de serviços anteriores.

  3. Avaliação para Recondicionamento: Se danos forem encontrados, a peça pode necessitar de etapas adicionais de recondicionamento antes do recoating, tais como:

    • Reparo por Solda: Para reconstruir áreas desgastadas ou danificadas.

    • Tratamento Térmico: Para restaurar propriedades mecânicas do substrato, crítico para ligas como Inconel 718.

    • Reusinagem: Para restaurar dimensões críticas e acabamentos de superfície via usinagem CNC.

Reaplicação e Garantia de Qualidade

  • Re-preparação da Superfície: A peça removida passa por um ciclo completo de preparação de superfície — desengorduramento, jateamento e limpeza química — para garantir perfeita adesão da nova camada de ligação.

  • Aplicação Renovada do Revestimento: Nova camada de ligação e camada superior YSZ são aplicadas sob condições controladas, muitas vezes por fornecedores com acreditação NADCAP, garantindo que o processo atenda aos mais altos padrões aeroespaciais.

  • Validação Final: O componente recém-revestido passa por inspeção final de espessura, adesão e ausência de defeitos antes de ser liberado para serviço.

Considerações e Limitações de Engenharia

  1. Número de Ciclos: Embora os componentes possam passar por múltiplos ciclos de remoção/aplicação, há um limite prático. Cada ciclo térmico em serviço e cada etapa de recondicionamento consome a "vida útil" do metal base, eventualmente a peça pode não mais atender às especificações originais de propriedades do material.

  2. Viabilidade Econômica: A decisão de recondicionar é econômica, equilibrando custo de remoção, inspeção, reparo potencial e reaplicação com o preço de uma nova peça substituta.

  3. Desempenho das Peças Reaplicadas: Uma peça corretamente recondicionada com um novo sistema TBC é considerada totalmente qualificada para serviço. O desempenho e vida útil do novo revestimento são equivalentes ao original, desde que o substrato subjacente esteja íntegro.

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