Mudar de metal para plástico em projetos usinados por CNC é possível, mas nem sempre viável sem modificações nas ferramentas ou dispositivos de fixação. A diferença fundamental na rigidez, na expansão térmica e na resposta à usinagem entre metais e plásticos significa que configurações projetadas para usinagem CNC de metais podem não suportar materiais plásticos de forma eficiente. A análise DFM deve avaliar a pressão de fixação, a seleção de ferramentas e os parâmetros de corte antes de reutilizar a mesma configuração.
Metais como alumínio 6061-T6 ou aço inoxidável SUS304 são rígidos, permitindo forças de fixação elevadas e cortes profundos. Plásticos como POM ou Nylon são mais macios e elásticos, deformando-se facilmente sob pressão. Se a mesma ferramenta for utilizada, as peças plásticas podem apresentar imprecisão dimensional ou empenamento. Para manter a precisão, o processo DFM normalmente recomenda revalidar os dispositivos de fixação ou substituir mordentes macios para distribuir as cargas de fixação de forma uniforme.
A geometria das ferramentas e as velocidades de corte também diferem substancialmente. As ferramentas otimizadas para usinagem metálica multieixo geralmente apresentam ângulos de saída mais agudos e revestimentos resistentes ao calor, o que pode causar fusão ou rasgos superficiais em plásticos. A troca por fresas específicas para plásticos, com maior ângulo de saída e canais polidos, melhora a evacuação de cavacos e a qualidade do acabamento. As taxas de avanço e as rotações do spindle são aumentadas para reduzir o acúmulo de calor, enquanto os sistemas de refrigeração ou jato de ar são ajustados para evitar deformação térmica.
Os tratamentos de superfície devem ser reavaliados ao mudar de metal para plástico. Revestimentos como anodização ou cromagem, normalmente aplicados a metais, não podem ser usados em polímeros. Em vez disso, são empregados revestimentos UV, acabamentos com verniz ou polimento a vapor para melhorar a aparência e a durabilidade. Compreender essas diferenças garante que o design existente acomode novas tolerâncias de acabamento sem comprometer a funcionalidade.
Nas indústrias automotiva e de produtos de consumo, os projetistas frequentemente substituem suportes ou carcaças metálicas por plásticos de alto desempenho, como PEEK ou policarbonato, para reduzir o peso e minimizar o risco de corrosão. Em dispositivos médicos, alternativas não metálicas oferecem segurança na esterilização e economia de custos. No entanto, essas transições sempre incluem redesenho de dispositivos de fixação e recalibração do processo — mesmo quando a mesma plataforma CNC é utilizada.